domingo, 8 de março de 2015

IRRITANTE ADJACENTE

À espreita sempre está,
Com o nariz no muro.
Muita raiva isso me dá;
Não sei se vai passar.
Amiga sei eu que não é;
Paz não tem;
Encoberto o veneno vem.

Idade não é tudo,
É o que a vida me diz;
Posso eu a encarar,
Discutir se eu quiser;
E se isso não lhe convier, pela dor,
Deixe o bico fechado.

Eu já não aguento mais.
(Aos berros) manda, como bem quer.
Na sua casa bem que vai, mas
Sem intrometer
O nariz em ambos quintais.

Não me venha reclamar,
Que o ódio nasce em mim.
Árvore não vou podar:
Deve ela se expandir.
E a sua opinião
Você pode enfiar
Onde não bate o sol.

Tenho bem mais a dizer
Do que você, que tão só quer
Intriga usando
Essa incontida língua,
Em queixa sem cabeça nem pé.

À espreita sempre está,
Com o nariz no muro.
Muita raiva isso me dá;
Não sei se vai passar.
Posso eu a encarar,
Discutir se eu quiser;
E se isso não lhe convier, pela dor,
Deixe o bico fechado.
Irrita-me a sua voz:
Discórdia entre nós.
Num embate
Enfie a opinião
Onde o sol não bate.


(Duque de Caxias, 15/2/2015.)

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