domingo, 8 de março de 2015

A QUEM PRETENDA FAZER UMA QUESTÃO DE INTERPRETAÇÃO PARA UM EXAME VESTIBULAR COM BASE NUM TEXTO MEU

Senhor professor doutor de banca elaboradora:
Peço que me faça a gentileza
De não se meter na hermenêutica
Do texto meu: gente vestibulanda já é sofredora.

No momento em que faço este discurso,
Confiando na Ecdótica, sou apenas um amador
Que, no duro trabalho de compor,
Não quer sua “literatura” num estúpido concurso.

Grita a minha vaidade:
“Este rapaz será escritor!”.
Depois de morto, será essa a realidade?

Se, mesmo eu morto, ignorar minha vontade,
Se tiver o orgásmico prazer de sua visão impor,
Meu fantasma aparecerá para dizer: “Não é dono da verdade!”.

(Duque de Caxias, 10/2/2015.)


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